Chegando a um acordo com o risco

O mundo parece cada vez mais um lugar arriscado (ou pelo menos, mais volátil) do que em qualquer outro momento do setor de mineração.
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De forma ampla, o mundo dos negócios encara Donald Trump à frente dos EUA, terrorismo internacional, Brexit e a potencial desintegração da União Europeia, e, mais recentemente, a ameaça real de uma guerra nuclear vinda da península coreana.

Essas preocupações criaram uma grande incerteza sobre as perspectivas de progresso econômico global. Neste contexto, os líderes empresariais enfrentam a volatilidade em torno de taxas de câmbio, acesso a capital e custo de reestruturações necessárias para cumprir uma regulamentações cada vez mais severas.

As mineradoras, naturalmente, enfrentam seus próprios desafios, que normalmente estão relacionados a diferenças e mudanças em cada região que operam, problemas de infraestrutura e conflitos.

Somente nos últimos meses, a indústria mineral teve que lidar com a proibição das exportações de concentrado de ouro da Tanzânia; aumento na insegurança sobre questões sociais e ambientais nas Filipinas, que ameaça fechar grande parte da indústria; e uma combinação de mudanças políticas (Indonésia) e disputas com trabalhadores (América do Sul) que interrompeu a produção nas três maiores minas de cobre do mundo.

Essa volatilidade afeta a todos e, ao longo do tempo, a indústria tem visto oportunidades e ameaças dissiparem-se.

Exemplos dessa volatilidade incluem uma mudança no pensamento nos EUA relacionada à administração empresarial e ambiental; o colapso de uma campanha para aumentar os royalties sobre o minério de ferro na Austrália Ocidental; e, embora durante um período mais longo, a implementação pendente de melhorias ao marco legal e fiscal de mineração do Cazaquistão e no Brasil.

Parte do aumento do risco e da volatilidade na mineração pode ser atribuído no ciclo econômico do setor. Mineradoras e investidores estão mais cautelosos por causa de enormes perdas financeiras e das demissões que se propagaram na indústria depois de uma queda brusca nos preços.

Mas a maioria das partes interessadas entrevistadas pelo Mining Journal diz que essa cautela não vai recuar significativamente quando o setor iniciar a parte de ascensão do ciclo. Simplificando, a mineração se tornou um negócio ainda mais arriscado para se operar e investir.

Isso representa um desafio para os tomadores de decisão que estão à frente de negócios de mineração. A capacidade de identificar, reconhecer e gerenciar riscos é fundamental para o funcionamento bem-sucedido de um explorador, desenvolvedor ou produtor de minérios. As competências técnicas, embora fundamentais na mineração, ficaram, em alguns aspectos, em segundo plano na comparação com a gestão de risco, que se tornou uma habilidade cada vez mais importante para executivos de mineração e equipes operacionais.

Isso se reflete nas atitudes da comunidade de investidores, que procura provas dessas habilidades ao decidir onde colocar seu dinheiro. A função principal do Mining Journal e do Notícias de Mineração Brasil (NMB) é fornecer informações aos atores da indústria para ajudá-los a tomar decisões melhores e bem fundamentadas e promover a discussão em torno de questões-chave.

Nós também, quando apropriado, servimos de espelho para os participantes da indústria para que eles possam dar uma olhada em si mesmos e desafiar o status quo em uma tentativa de fazer melhorias.

A gestão de riscos é, sem dúvida, a questão mais importante a ser enfrentada no momento pela mineração e tudo indica que continuará a ser um grande desafio para a indústria nos próximos anos. Dessa forma, o Mining Journal e o NMB lançarão este ano um relatório anual de risco em todo o mundo.

O relatório terá um lista de jurisdição por jurisdição, metódica e cientificamente compilada pela combinação de notas de "alto risco" com a "percepção de risco", conforme medido por um levantamento de nossa audiência global de mineração. Além de fornecer uma percepção do risco específico da jurisdição, que pode ser um país ou uma província, o levantamento apresenta um painel da indústria sobre riscos operacionais e operacionais mais gerais.

O relatório mundial de risco do Mining Journal foi projetado para funcionar como uma ferramenta definitiva para a indústria.

Em primeiro lugar, vai ajudar empresas de mineração e investidores a compreender melhor as ameaças associadas ao funcionamento em jurisdições específicas. Ao mesmo tempo, fornecerá um ponto de referência prático para as jurisdições interessadas em aumentar sua atratividade para o setor de mineração.

Além disso, servirá como uma plataforma para a indústria discutir o desafio e o estado-da-arte da gestão de risco. Ou seja, algo que pode ajudar a melhorar o desempenho dos gestores de riscos.

Isso funcionará melhor com um alto nível de participação da indústria e por isso estamos encorajando prospectores e mineradoras, investidores e prestadores de serviços a se envolverem nos próximos três a quatro meses, à medida que construímos esse relatório.

A primeira oportunidade para fazer isso será através do World Risk Survey. A pesquisa não é demorada, mas pedimos aos respondentes que reflitam antes de preencher o formulário, a fim de gerar o melhor resultado possível.

Para participar da pesquisa, em inglês, clique aqui.

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