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Saída de Eike torna empresas "X" mais atraentes

A saída de Eike Batista de algumas de suas empresas está aumentando as apostas de que as companhi...

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Segundo os analistas, a Eneva, antiga MPX, vai mais que dobrar no próximo ano. Após Eike deixar a presidência, a empresa melhorou potencialmente seu desempenho entre as principais ações da América Latina, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A Prumo Logistica, fundada como LLX, recuperou 80% do valor após a AIE Parceiros Globais de Energia assumir o controle da empresa no segundo semestre de 2013. Os investidores estão otimistas sobre o valor das ações depois de sofrerem perdas no ano passado, quando o Eike saiu da lista de bilionários do mundo, após acumular uma fortuna que chegou a US$ 34,5 bilhões, em março de 2012.

De acordo com Jorry Noeddekaer, gerente da Nordea Investment Management, em Copenhague, as ações da empresa foram prejudicadas pelos laços com Eike, devido a metas de produção não atingidas e ao aumento constante e crescente do endividamento das empresas do grupo EBX.

"A LLX foi negociada com um grande desconto em comparação com a enorme oportunidade de compra, e Eike foi um dos motivos", disse Noeddekaer, em entrevista ao Bloomberg por telefone. "Os novos proprietários começaram com uma nova e melhor estrutura corporativa, em que Eike não está incluído. Isso os torna significativamente mais positivos”, disse.

A Nordea, sexta maior acionista da Prumo, investiu US$ 2,3 milhões em ações da empresa no dia 30 de setembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Noeddekaer disse que a empresa começou a construir sua posição enquanto Batista ainda estava no comando e teve um “aumento significativo” quando a administração mudou.

A Eneva aumentará 124% nos próximos 12 meses, a maior alta entre as 237 empresas da região, no valor de US$ 500 milhões ou mais, de acordo com a média de nove estimativas de analistas entrevistados pela Bloomberg. Batista assumiu seis empresas interligadas voltadas para energia e commodities desde 2006. Todas elas continham a letra X em seus nomes para simbolizar a multiplicação de riqueza.

Batista cedeu o controle de seu carro-chefe OGX aos credores no mês passado. A OGX, que perdeu 95% de seu valor de mercado no ano passado em meio a metas de produção perdidas, pediu proteção contra falência em outubro de 2013, seguida pela OSX. A OGX também retirou o X de seu nome, e agora é conhecida como Óleo & Gás Participações.

Enquanto uma separação de Batista ajuda a reforçar as perspectivas de empresas como a Prumo, o afastamento do empresário não será suficiente para levantar as ações da OGX e OSX, já que eles continuam a negociar com credores após os pedidos de falência, de acordo com Otávio Vieira, sócio do Fides Asset Management.

"Para a OGX e OSX, as coisas são mais complicadas. É difícil de avaliar o valor dessas empresas . Eles estão apenas no início de um processo de reestruturação" , disse Vieira, em entrevista por telefone no Rio de Janeiro.

As equipes de comunicação da OGX e OSX não responderam aos e-mails sobre o desempenho de ações e retornos projetados.

Em outubro, Batista também concordou em vender ativos de suas outras empresas, incluindo uma participação em um porto de minério de ferro da MMX para a Trafigura e Mubadala e projetos de carvão da CCX Carvão da Colômbia para a Yildirim Holding AS. O empresário ainda controla ambas as empresas.

Funcionários da Eneva, Prumo e do Grupo EBX não quiseram comentar sobre o desempenho das ações das empresas e as previsões dos analistas após Batista deixar a gestão. De acordo com a Bloomberg, os responsáveis pelas assessorias de imprensa não responderam aos e-mails e telefonemas para comentar o assunto.