BRASIL

Mineradoras canadenses investirão US$ 2 Bi no Brasil

De acordo com Riccardo Savone, embaixador do Canadá no país, parte dos investimentos, no entanto, estão “em espera”, devido aos problemas regulatórios da mineração brasileira.

 Cerimônia de lançamento da Comissão de Mineração da CCBC

Cerimônia de lançamento da Comissão de Mineração da CCBC

Diretores e representantes de mineradoras canadenses no Brasil como Belo Sun, Eldorado Gold, Amarillo Gold, Largo Resources e Yamana Gold participaram hoje (7), em Belo Horizonte (MG), do lançamento da Comissão de Mineração da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC). Durante o evento, Riccardo Savone, embaixador do Canadá, disse que empresas do setor mineral canadense têm um investimento potencial de US$ 2 bilhões no país nos próximos dois anos.

A maior parte dos investimentos dos canadenses no Brasil deve ser em projetos de ouro na região Norte do país, como Volta Grande da Belo Sun, e projetos da Eldorado Gold e Anfield Gold, além de outros como cobre e ouro da Yamana Gold e Amarillo Gold na região Centro-Oeste.

Segundo Savone, atualmente existem aproximadamente 50 empresas canadenses do setor de mineração no Brasil que, juntas, investiram mais de US$ 4 bilhões nos últimos cinco anos. O embaixador faz a projeção de que até 2019, várias dessas mineradoras com projetos de ouro, cobre e potássio invistam quase US$ 2 bilhões no país. De acordo com ele, 76% da produção nacional de ouro tem, de alguma forma, participação de empresas do Canadá.

"Infelizmente, esses investimentos estão em espera, devido aos problemas regulatórios do setor mineral brasileiro, como a falta de um novo código mineral, a não-permissão de minerar em áreas de fronteira, a morosidade na liberação das licenças ambientais ou de implantação, uma legislação trabalhista que onera de sobremaneira as empresas mineradoras, e ainda mais preocupante a falta de coordenação entre órgão estaduais e do governo federal ligados ao setor mineral", afirmou Savone, durante sua apresentação no lançamento da Comissão de Mineração da CCBC.

Na abertura do evento, Paulo Misk, presidente da Largo Resources no Brasil, empresa que produz vanádio na Bahia por meio da subsidiária Vanádio Maracás, e coordenador da Comissão de Mineração da CCBC, disse que a iniciativa tem como missão "criar um fórum eficiente para o setor mineral canadense no Brasil para discutir e desenvolver uma agenda do setor mineral".

"Nós temos aqui um time muito bom, um grupo seleto de pessoas que tenho certeza que vão contribuir para melhorar, não só a vida das empresas canadenses no Brasil, para tentar viabilizar nosso negócio, fomentar a mineração, mas também para outras empresas e mineração do mundo todo", declarou Misk.

Paulo de Castro Reis, diretor de Relações Institucionais da CCBC, disse que o evento de hoje marca o início de uma nova fase da Câmara, com a atuação em mineração. No início deste ano, a CCBC foi ao Canadá com uma comitiva de representantes do setor mineral de Mato Grosso para a convenção anual do Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC), que aconteceu em Toronto. Segundo ele, somente no ano passado a Câmara intermediou US$ 42 milhões em negócios entre Canadá e Brasil.

Realizado hoje no hotel Mercure, em Belo Horizonte (MG), o lançamento da Comissão de Mineração da CCBC teve a presença do diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Victor Bicca; Maria José Gazzi Salum, da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM), representando o secretário Vicente Lôbo; Antônio Carlos Marin, presidente da Kinross no Brasil; Milton Prado, da Iam Gold; Mauro Barros, advogado e diretor da Belo Sun; José Mendo, fundador do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da JMendo Consultoria, além de representantes e diretores de mineradoras e empresas como Yamana Gold, Rio Tinto, SNC Lavalin, Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e Forbes & Manhattan, entre outros.