A região de Pontes e Lacerda tem estado em evidência recentemente. A descoberta de ouro na região atraiu garimpeiros em busca de ouro e motivou a equipe da Geosoft a testar a eficácia do método MVI utilizando dados aerogeofísicos cedidos pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Utilizando o MVI, a equipe realizou uma inversão em alta resolução (150m x 150m x 75m) da área de estudo resultando em um voxel de 1083x750x44 células. O modelo identificou com sucesso as principais feições geológicas e estruturais em superfície e possíveis fontes em subsuperfície. O processo delimitou muito bem anomalias magnéticas, contatos e estruturas ao longo de zonas de cisalhamento e indicou em profundidade a presença do embasamento, localizado abaixo de uma espessa cobertura holocênica na parte ocidental da área de estudo.
“Baixas latitudes tendem a ter anomalias bipolares, assim você comete erros se assumir que a magnetização ocorre apenas na direção do campo geomagnético”, diz Telma Aisengart, líder do projeto. “Nesse caso, o MVI representa melhor a situação real porque inclui a direção e a magnitude do vetor de magnetização”.
Os dados aeromagnéticos foram adquiridos a uma altura de 100m em relação ao terreno e linhas de voo com separação de 500m. Para evitar artefatos causados pela relação entre o grande espaçamento das linhas e a baixa altura de voo, a entrada para a inversão foi o dado gerado pela amostragem do grid de dado magnético com 10m de célula, continuado para cima 150m, de maneira a ter uma amostra por célula.
Pontes e Lacerda está localizada no sudoeste do Cráton Amazônico, onde ele é formado pela junção de terrenos paleo-mesoproterozóicos. Os domínios tectônicos Jauru e Rio Alegre são predominantes. A leste do Domínio Jauru ocorrem Granodioritos e rochas metavulcano-sedimentares de boa resposta magnética e com ocorrências de anomalias magnéticas com polaridade invertida pouco descritas na literatura, mas bem evidentes no modelo MVI resultante.
Na região, a província aurífera está associada à evolução tectono-termal mesoproterozóica da Faixa Móvel Aguapeí, que apresenta, em sua parte central, um conjunto de serras alinhadas NNW- SSE desenvolvidas em rochas metassedimentares e em seu embasamento e exibe intensa deformação. Ao longo desta faixa são registradas pelo menos 20 ocorrências auríferas em veios de quartzo e disseminado nas rochas encaixantes com controle estrutural e litológico bem marcados, incluindo a mina de São Francisco.
O estudo sugere que a exploração em regiões de baixa latitude magnética pode se beneficiar da representação mais acurada de estruturas e rochas que controlam a mineralização que o MVI fornece. “Você precisaria usar outros dados para corroborar suas conclusões”, diz Aisengart. “Mas os resultados do nosso estudo demonstram a eficácia desse tipo de inversão 3D e que esta pode ser útil para empresas que exploram ali”.
Mais informações estão disponíveis no site da Geosoft.
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